Inevitavelmente
você a receberá um dia em sua morada. A estrada é longa, mais para uns do que
para outros. Mas, não se pode, não se deve caminhar pensando na distância
desta. O melhor é caminhar sabendo que ela chega, mas também que vai embora. Visitas costumam ir-se. Lembro-me
de quando fui visita sem querer. Não queria ir-me. Esta visita em questão, pode
chegar a hora que quiser, no entanto, nem sempre vai embora quando ela mesma
quer. Ela tem o tempo dela, a permanência é dela. Será? Se o tempo não existe,
como é que se faz? Chega de manso, essa aí. Sem avisar. Chega vagarosamente.
Com pré-aviso. Chega subitamente. Seja do tipo que ela quiser vir, ela não é de
muitos avisos e amigos. Aos arriscados, me parece ser maior. Maior? Ela não tem
tamanho. Tem intensidade. É mais, ou é menos. E não sei quem escolhe, se ela ou
nós. Alguns possuem um poder indescritível de escolher que seja uma visita
breve e serene. Alguns não. Pode-se tentar diminuí-la, parece que é coisa de
todos. Sua permanência é constantemente questionada. E olha que quando essa
está ou se vai, é mesmo como um felino, que marca território. Ela pode deixar
marcas, do tipo machucado, do tipo lembrança. Desta visita, deste estado, pode
ser que exista um polo positivo. Talvez, o aprendizado. Ah, de novo o tal
aprendizado! O tal aprender! Aprender cansa também. Beira o insuportável, se o
professor é essa mesma visita. Cada vez que se pode lembrar e rever o
aprendido, pode ser que os olhos se fechem por instantes, clamando transborde.
Marca eterniza. Força não. A cada vez visitados, é preciso saber como se faz a
fortaleza própria. Não há alternativas. Ainda que algumas visitas possam ser agradecidas.
Pois, por elas sabemos vivos. Talvez exista remédio para visita. Para combater
um tipo de praga. Um abraço talvez. Um choro em desmanche. Um grito. Dormir.
Mas, acho que para a dor... o melhor analgésico emocional...ainda se chama
amor.
Juli.
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