quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Marie Margareth Roth

Marie Margareth Roth. Mulher comum, com milhares de lembranças desde aquele ano que as almas se cruzaram. William Philippe Greene. Homem incomum, marcando lembranças na mente e memória de Marie. Ela, amorosa, cuidadosa e delicada. Ele, confuso, caridoso e frio ao amor. Marie, sinônimo de mulher delicada, meiga e sensível...mas com imagem de fortaleza. William, sinônimo de homem. Marie testara William há anos atrás. Com objetivo de colher resultados agora...anos depois. Na velhice, ele conferiria o desafio? Ou a deixaria até o último suspiro, em longa espera? 

Talvez um romance, talvez um drama. Um romance dramático. Como todos. Marie e William, estarão comigo por mais essa jornada. 

Juli.


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A qualidade de amigo

Notáveis diferenças sentidas ao longo do passar da idade. Posso afirmar que na minha infância, eu pude saber exatamente o significado de se ter um amigo. Na fase infantil tive contatos com outras crianças, de diferentes classes sociais, etnias, escolaridades, famílias, mas que tinham o mesmo sendo comum: o de afeto, respeito, lealdade, proteção e muita confiança. Outros amigos eram meus pais, meu irmão e um amigo imaginário. A criança quando educada, desenvolvida sua índole e caráter, sempre possui seu ar de pureza transmitindo também, amor. Quase sempre. Algum amor puro, ao menos muito mais puro do que se pensam e sabem... os adultos.
Infelizmente, este senso se perde com o passar dos anos. Acredito que não deveria, não poderia ser assim, mas quanto mais adulto, mais e maiores são as decepções, os tombos, mais cansaços, mais aprendizados, mudança de valores e reais significados. As palavras amigo e/ou inimigo geralmente são empregadas de maneiras errôneas.
Não acredito, não vejo isso em pesquisas e aprofundamento na questão, que uma pessoa consiga ter no máximo dos máximos, com certa folga na matemática...20 amigos. Falemos amigos de verdade e reais. Amigos. Acredito sim, e pude constatar que as pessoas fielmente que não possuem mais do que meros conhecidos.
A qualidade de amigo é algo raro na sociedade, principalmente se tratando da atual. Conhecidos muitas vezes, trabalham no mesmo local, são vizinhos, é o médico, ou 280 pessoas da sua rede social de 300 amigos, até os inimigos podem ser apenas conhecidos. Você sabe lá. O que não significa estar lá realmente. A qualidade de amigo vai além. Não é apenas a rodinha de bar,  uma carona diária, ou conhecidos vampirescos que sugam toda sua energia positiva ou a última gota de felicidade. Amigo fala, critica construtivamente, dá bronca, cuida, muitas vezes deixando de fazer algo por ele mesmo, para fazer algo por você. Este não te ouve apenas, mas desprende o tempo necessário para você terminar seu desabafo todo e suas lágrimas. Amigo não dá um ombro para você chorar ou deitar a cabeça. Amigo dá os dois ombros, para que você abrace e deite no que escolher. Muito menos um amigo pensa no que você possui ou não possui, materialmente e monetariamente falando. Quando um amigo de verdade realiza uma conquista, te deixa realmente orgulhoso ou vice-versa. Não muda ser caráter, personalidade, carinho. Não é o carro novo, o apartamento novo, o tênis novo que deveria mudar uma pessoa. E ter isso, ou não ter, não significa de maneira alguma, ter autoridade de lhe desrespeitar. Nunca. Isso tudo é pequeno demais. Mentes pequenas, pessoas pequenas, falha lá na frente é resultado.
Um amigo nunca te pisa com objetivo de ferir-lhe, pode lhe machucar um dia sem intenção de tal e o perdão estará presente facilmente. Porque aquela criança sincera, ética, respeitosa, afetuosa, leal e de confiança...ainda existe.
Essa é a maior qualidade de amigo. Sê-lo. 

Juli.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Deixa pra lá

Um homem um dia apresentou um texto, elaborado por uma mulher inteligente com ideologia extremamente coerente. A mais pura realidade. Busquei lembrar e encontrar a autora, e também o próprio texto, no entanto não tive sucesso. O texto era mais voltado para o público feminino, onde a própria autora relatava que nós mulheres, muitas vezes usamos a expressão “deixa pra lá”. Talvez por medo, por estafa, até mesmo por já ter se machucado demais... no caso em questão...advindo de um homem, qualquer que fosse o motivo do “deixa pra lá”. Naquele dia que li o tal texto, logo pensei... “Nossa, eu sou assim também!” Então percebi que no meu caso, uso o “deixa pra lá”, quando já estou machucada o suficiente e não quero piorar a minha situação, ou quando já sei que a outra pessoa não se importa simplesmente com aquilo que me é importante, portanto...melhor...”deixar pra lá.” As pessoas não costumam medir o quanto machucam as outras, muito menos que algo pode ser de extrema importância para você, e que elas poderiam ter ao menos um mínimo de consideração sobre isso, mas quer saber? Deixa pra lá!Porque...de nada adiantaria para muitas pessoas, você explicar algo ao invés de usar o simples... “deixa pra lá”. Seria perda de tempo relatar o que incomoda, o que entristece, o que desconsola. Melhor mesmo é falar, escrever “deixa pra lá”, embora seja bem difícil, simplesmente com a maior facilidade do mundo, muitas vezes...deixar mesmo pra lá. E saber que tanto faz, que tudo bem. Que bom que existem pessoas assim. Eu só consigo perceber frieza nisso. Falta de interesse. Preocupação de verdade. Só consigo ver o outro lado... como nós somos tolerantes, com o descaso de quem nos machucou, com o que nos incomodou. Apático seria se importar com o outro, parece-me muitas vezes. Perda de tempo formular pensamento, discutir amigavelmente, com sinceridade, e esperar ajuda. Mais fácil, deixar pra lá. Muito mais fácil.O problema é que quanto mais “deixa pra lá” colecionamos, mais angústias, mais tristezas e desapontamentos sofremos. Sua existência, sua felicidade, sua vida, deixa de ter valor ao mundo, ao outro, quando utiliza um “deixa pra lá”. Ainda bem, que existem pessoas que não deixam pra lá. Aliás, que não deixam você deixar pra lá. E se interessam realmente por você, como um todo. Como um ser. Pena, que estão em extinção.Eu tinha muita coisa a falar para algumas pessoas, olhos nos olhos. Mas, tudo sempre me é falado por e-mail, telefonema, sms. Então, eu acabo deixando pra lá. Mas, não deveria. Como os valores mudam a cada dia que passa... melhor mesmo é agustiar-me...entristecer-me...desapontar-me...e mesmo assim... deixar pra lá.

Juli.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A visita

Inevitavelmente você a receberá um dia em sua morada. A estrada é longa, mais para uns do que para outros. Mas, não se pode, não se deve caminhar pensando na distância desta. O melhor é caminhar sabendo que ela chega, mas também que  vai embora. Visitas costumam ir-se. Lembro-me de quando fui visita sem querer. Não queria ir-me. Esta visita em questão, pode chegar a hora que quiser, no entanto, nem sempre vai embora quando ela mesma quer. Ela tem o tempo dela, a permanência é dela. Será? Se o tempo não existe, como é que se faz? Chega de manso, essa aí. Sem avisar. Chega vagarosamente. Com pré-aviso. Chega subitamente. Seja do tipo que ela quiser vir, ela não é de muitos avisos e amigos. Aos arriscados, me parece ser maior. Maior? Ela não tem tamanho. Tem intensidade. É mais, ou é menos. E não sei quem escolhe, se ela ou nós. Alguns possuem um poder indescritível de escolher que seja uma visita breve e serene. Alguns não. Pode-se tentar diminuí-la, parece que é coisa de todos. Sua permanência é constantemente questionada. E olha que quando essa está ou se vai, é mesmo como um felino, que marca território. Ela pode deixar marcas, do tipo machucado, do tipo lembrança. Desta visita, deste estado, pode ser que exista um polo positivo. Talvez, o aprendizado. Ah, de novo o tal aprendizado! O tal aprender! Aprender cansa também. Beira o insuportável, se o professor é essa mesma visita. Cada vez que se pode lembrar e rever o aprendido, pode ser que os olhos se fechem por instantes, clamando transborde. Marca eterniza. Força não. A cada vez visitados, é preciso saber como se faz a fortaleza própria. Não há alternativas. Ainda que algumas visitas possam ser agradecidas. Pois, por elas sabemos vivos. Talvez exista remédio para visita. Para combater um tipo de praga. Um abraço talvez. Um choro em desmanche. Um grito. Dormir. Mas, acho que para a dor... o melhor analgésico emocional...ainda se chama amor. 

Juli.