Nesses dias me
envolvi em dois diálogos, com pessoas diferentes, sobre a imposição do
facebook. Ou o que a sociedade impôs como obrigatoriedade do facebook. Seus
usos, seus abusos, o vazio, a quantidade de várias coisas que não servem para acrescentar
absolutamente nada. Inclusive pessoas. Num desses diálogos, a pessoa se dizia
preocupada com seu amanhã, pois precisará de certa ajuda de amigos, e estava
antecipando um sofrimento. Havia medo do abandono de amigos, e que ela faria
esta descoberta, através de seu problema. É... eu a entendo perfeitamente. Eu
tenho passado por isso, na própria pele. E passarei por um tempo, até o final
de todo o tratamento que preciso desenvolver. O medo dela, eu não tive. Ao
contrário, usei do sofrimento como elemento de seleção. Verifiquei que existem
pessoas que quando você cai... realmente lhe chutam a cabeça e ainda comemoram.
E outras, que de onde menos se espera... te esticam a mão. Fiz disso uma
experiência boa. Eu entendo, não sou egoísta, nem hipócrita para entender que pessoas
têm suas vidas. Não estão preocupadas, exatamente com os 300 amigos que possuem
em seus perfis de facebook. Estão vivendo. Estão por aí. E você percebe também,
que nem te importa muito a vida delas. Afinal de contas, foi apenas alguém que
você topou quando tinha 6 anos de idade e conviveu até os 16. Mas, foram
convividos apenas aqueles 10 anos, e agora, na fase adulta... nem lhe
reconhecem mais e vice-versa. Incomodei-me. De nada adianta, ter essa
quantidade de pessoas, que nem me conhecem, vendo minhas frases, meus escritos,
meus desenhos, minhas fotos... Aqueles 10 anos na infância não existem mais.
Então, você pode sim decidir, quem fica na vida e quem vai. As pessoas tem medo
mesmo, é dessa seleção. Tenho amigas que não vejo, há 10 anos quase... mas
essas, eu sei que estão ali. Virtualmente, mas ali. Agora, ser virtual e nem
estar ali... ah...isso eu não faço a menor questão. Dá para rir virtualmente.
Dá para ir ao bar, longe um do outro, juntos, virtualmente. Dá para trabalhar
longe, juntos, virtualmente. O que não dá é para sobrar, separados,
virtualmente. Ficam os estimados. Os que levam suas vidas, seus dias, mas
sabe-se ali. Então, num momento de realidade virtual, eu fiz a opção de não
atender o que a sociedade facebookal, impõe. “Ah...não pode deletar, vai ficar
chato.” Desagradável é ter pessoas, por ter pessoas, e na verdade nem tê-las.
Desrespeitei essa lei, do pode ou não pode, imposta pela sociedade. E quem fica,
fica porque eu realmente quero. E não porque sou imposta a isso. Porque eu sei
exatamente, quando eu cair um pouquinho, quais mãos se esticarão para mim. E
qual pé, me chutaria, caso ainda estivesse presente um tanto ausente, na
virtualidade e na realidade de tato. Eu prefiro a mão que estica. Nessa, eu
ganho amigos que já são amigos. E esses, são para sempre, enquanto quiserem
assim. Não se force a tal. Não se imponha a tal. A sociedade é falha. As regras
impostas são falhas. Enfeites pessoas são ridículos. Eu gosto de enfeite de
sorrisos. Eu gosto de amigos. E gosto dos amigos, que não passam a mão na minha
cabeça quando não mereço. E gosto desses mesmos amigos, rindo do meu mico. E
gosto desses mesmos amigos, interagindo. Eu gosto de amigos-verdades.
Juli.
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