segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A imposição do Facebook

Nesses dias me envolvi em dois diálogos, com pessoas diferentes, sobre a imposição do facebook. Ou o que a sociedade impôs como obrigatoriedade do facebook. Seus usos, seus abusos, o vazio, a quantidade de várias coisas que não servem para acrescentar absolutamente nada. Inclusive pessoas. Num desses diálogos, a pessoa se dizia preocupada com seu amanhã, pois precisará de certa ajuda de amigos, e estava antecipando um sofrimento. Havia medo do abandono de amigos, e que ela faria esta descoberta, através de seu problema. É... eu a entendo perfeitamente. Eu tenho passado por isso, na própria pele. E passarei por um tempo, até o final de todo o tratamento que preciso desenvolver. O medo dela, eu não tive. Ao contrário, usei do sofrimento como elemento de seleção. Verifiquei que existem pessoas que quando você cai... realmente lhe chutam a cabeça e ainda comemoram. E outras, que de onde menos se espera... te esticam a mão. Fiz disso uma experiência boa. Eu entendo, não sou egoísta, nem hipócrita para entender que pessoas têm suas vidas. Não estão preocupadas, exatamente com os 300 amigos que possuem em seus perfis de facebook. Estão vivendo. Estão por aí. E você percebe também, que nem te importa muito a vida delas. Afinal de contas, foi apenas alguém que você topou quando tinha 6 anos de idade e conviveu até os 16. Mas, foram convividos apenas aqueles 10 anos, e agora, na fase adulta... nem lhe reconhecem mais e vice-versa. Incomodei-me. De nada adianta, ter essa quantidade de pessoas, que nem me conhecem, vendo minhas frases, meus escritos, meus desenhos, minhas fotos... Aqueles 10 anos na infância não existem mais. Então, você pode sim decidir, quem fica na vida e quem vai. As pessoas tem medo mesmo, é dessa seleção. Tenho amigas que não vejo, há 10 anos quase... mas essas, eu sei que estão ali. Virtualmente, mas ali. Agora, ser virtual e nem estar ali... ah...isso eu não faço a menor questão. Dá para rir virtualmente. Dá para ir ao bar, longe um do outro, juntos, virtualmente. Dá para trabalhar longe, juntos, virtualmente. O que não dá é para sobrar, separados, virtualmente. Ficam os estimados. Os que levam suas vidas, seus dias, mas sabe-se ali. Então, num momento de realidade virtual, eu fiz a opção de não atender o que a sociedade facebookal, impõe. “Ah...não pode deletar, vai ficar chato.” Desagradável é ter pessoas, por ter pessoas, e na verdade nem tê-las. Desrespeitei essa lei, do pode ou não pode, imposta pela sociedade. E quem fica, fica porque eu realmente quero. E não porque sou imposta a isso. Porque eu sei exatamente, quando eu cair um pouquinho, quais mãos se esticarão para mim. E qual pé, me chutaria, caso ainda estivesse presente um tanto ausente, na virtualidade e na realidade de tato. Eu prefiro a mão que estica. Nessa, eu ganho amigos que já são amigos. E esses, são para sempre, enquanto quiserem assim. Não se force a tal. Não se imponha a tal. A sociedade é falha. As regras impostas são falhas. Enfeites pessoas são ridículos. Eu gosto de enfeite de sorrisos. Eu gosto de amigos. E gosto dos amigos, que não passam a mão na minha cabeça quando não mereço. E gosto desses mesmos amigos, rindo do meu mico. E gosto desses mesmos amigos, interagindo. Eu gosto de amigos-verdades.

 Juli.

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